Crise da água no Distrito Federal. Aquecimento global. Mudança climática. Gestão do lixo e dos demais resíduos sólidos. A situação dos catadores, da reciclagem, das populações que se organizam a partir da questão do lixo no Distrito Federal. O papel do Estado e do mercado neste contexto. Estes e outros temas estão relacionados ao nosso cotidiano, às nossas dificuldades na saúde pública e na qualidade de vida da população, especialmente a mais carente. Nas próximas duas Conversas (outubro e novembro de 2016), a Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de Brasília convida a comunidade a refletir sobre a questão do saneamento.
Com base nas orientações da Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2016, “as escolhas das atitudes para a preservação da vida no planeta Terra devem ser orientadas por critérios coerentes com o propósito de mais justiça e paz. Tais escolhas devem contribuir para a superação das desigualdades e das agressões à criação. Por isso, hoje, as preocupações e consequentes ações no âmbito do saneamento passam a incorporar não só questões de ordem sanitária, mas também de justiça social e ambiental. É, portanto, necessária e urgente que as ações para a preservação ambiental busquem também construir a justiça, principalmente para os pequenos e pobres”.
Dessa constatação, repercute mais uma vez o JULGAR da Campanha: “Quando falamos do bem comum, não podemos restringi-lo somente à relação dos seres humanos entre si, mas também destes com a natureza, que deve ser cuidada com gratidão e respeito. E o uso da natureza e de todos os bens materiais deve acontecer de forma justa e voltada para a construção de uma coletividade com mais igualdade, ao invés de serem utilizados para suprir a ganância de alguns. A escolha do texto de Amós (‘Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca’ – Amós 5,24) não é por acaso. Amós fundamenta sua pregação profética numa denúncia social aguda, chamando a atenção para um progresso econômico que não se traduzia em igualdade e justiça para todos. Sua denúncia aponta para uma situação de caos social, onde as relações afetivas estavam se rompendo (Amós 2,6-8). Com suas denúncias, Amós revela que a fé em Deus estava sendo manipulada pela religião oficial (Amós 4,4-5). Deus quer justiça e dignidade para todos. Não apenas para Israel e Judá (Amós 9,7-8)”.
Para retomar esta questão e outras, neste próximo dia 3 de outubro de 2016 (segunda-feira), às 19h, a Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de Brasília retoma este tema, como forma de buscar políticas públicas de preservação e garantia da qualidade de vida da população do Distrito Federal.
Para nos ajudar a entender melhor esse assunto, teremos duas importantes contribuições: Benício de Melo Filho, doutor em Manejo Florestal pela UFPR, que foi analista ambiental do IBAMA e atuou em vários projetos ligados a meio ambiente e reciclagem de resíduos sólidos urbanos, além de autor dos livros O Valor Econômico e Social do Lixo de Brasília (2005) e Lixo – Manual de Aproveitamento Integrado: Resíduos Sólidos Urbanos(2013), entre outros; e Marcos Helano Fernandes Montenegro, presidente da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental – ABES, seção DF, Engenheiro Civil e mestre em Engenharia Urbana e de Construções Civis (USP), que foi presidente da CAESB e diretor da SNSA do Ministério das Cidades, hoje é Regulador de Serviços Públicos da ADASA, além de ter sido Diretor Financeiro da NOVACAP e diretor nacional da ABES.
A Conversa de Justiça e Paz acontece no dia 3 de outubro, segunda-feira, às 19h, no Auditório Dom José Freire Falcão, na Cúria Metropolitana de Brasília, ao lado da Catedral.
Informações: 3213 3335/3223 3512